Cada vez mais, pequenas e médias empresas têm enxergado na exportação uma saída para aumentar o faturamento diante da desvalorização do real. No entanto, a exportação não pode ser uma decisão sazonal, mas uma escolha de negócios. Não por acaso, um dos seminários mais comentados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) este ano foi batizado de “Born Global: Lições para vencer no mercado internacional”.
Segundo especialistas no assunto, empresa que nasce com espírito global tem mais chances de se manter a salvo das intempéries da economia. Mas o caminho, claro, não é fácil. Entre as principais dificuldades para dar o primeiro passo rumo à internacionalização, destacam-se: a falta de conhecimento quando o assunto é comércio exterior; a questão do domínio de um segundo idioma; e como efetuar a cobrança e/ou pagar taxas e impostos de forma apropriada. Segurança nas transações comerciais (pagamento e recebimento) e o receio de expandir (dando um passo maior do que a perna) também foram citados pelos participantes do debate. Talvez o maior desafio desta e das próximas gerações seja mesmo aumentar o número de exportadores brasileiros. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, há pouco mais de 18 mil empresas exportadoras no Brasil, mas apenas 1.000 delas representam 85% do total exportado pelo País.
A seguir, algumas considerações que você deve levar em conta antes de se dedicar às oportunidades cross-borders:
No decorrer de todo o processo (da criação de um e-commerce eficiente ao pós-venda), uma preocupação precisa ser realmente levada a sério: a logística. Ela consome boa parte da atenção do empreendedor e, o que é ainda mais urgente, de seus recursos. Por isso, invista seu tempo em entendê-la e domesticá-la, adequando-a às suas necessidades. Uma logística bem feita representa meio caminho andado para o sucesso de qualquer negócio.
Levar seu produto e/ou serviço para outros países é, em 90% dos casos, ter de reaprender uma série de lições que você já imaginava no passado. Preste redobrada atenção a esse item: o mercado externo é um bicho diferente do mercado interno e precisa ser avaliado com muita atenção, pois erros de avaliação podem significar perdas consistentes de dinheiro. Conheça as condições de compra e venda do país em que pretende atuar e entenda se seu produto/serviço tem mesmo condições de competir ou se precisará passar por algum ajuste. O risco é inerente a qualquer negócio, mas há maneiras de mantê-lo sob controle.
Seu produto/serviço é um sucesso no Brasil? Ótimo, mas… Ele pode fracassar quando atravessar a fronteira. Isso porque os consumidores brasileiros, latino-americanos, norte-americanos, europeus, asiáticos etc. simplesmente não são os mesmos e, mais do que isso, cada país tem suas particularidades – e aqui estamos falando, além das culturas locais, também de legislação. Alguns produtos nem mesmo podem entrar em certos países. Isso significa que você deve se ater, antes de qualquer tomada de decisão, a entender os desafios que seu produto/serviço vai enfrentar lá fora. Adaptação, neste caso, é a palavra-chave.
Um dos pontos mais importantes quando uma empresa (seja ela pequena, média ou grande) passa a olhar para o mercado externo é se tornar apta a ingressar nele. Para isso, é preciso obter um registro de exportador junto à Secretaria de Comércio Exterior – SECEX do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços ou na Delegacia da Receita Federal mais próxima. No site do Invest & Export Brasil, é possível encontrar todas as informações necessárias para adquirir o registro, além de dicas importantes para começar a exportar o quanto antes — entre elas, um guia atualizado de potenciais compradores estrangeiros.