Embora o e-commerce brasileiro venha crescendo ano a ano, ele ainda responde por menos de 5% das vendas totais do varejo. Uma das razões para isso é que, até agora, a maioria das empresas tem procurado alcançar apenas metade da população brasileira. Existem atualmente no País cerca de 60 milhões de pessoas sem acesso a serviços financeiros ou mesmo a uma conta bancária, de acordo com o IBGE. No Brasil, a população desbancarizada é do tamanho da Itália e movimenta anualmente cerca de R$ 665 bilhões, mais que o PIB do Chile. No mundo, existem cerca de 1,7 bilhão de pessoas nessa situação. Como muitos negócios dessa população são informais e esse público não consegue comprovar renda, trata-se de uma população que não aparece no radar da rede bancária, das empresas de cartões de crédito e dos meios de pagamento tradicionais. Nos últimos anos, o desenvolvimento das fintechs e a inovação trazida por novos meios de pagamento criou alternativas para alcançar este público. Vale a pena olhar para a Índia, onde cerca de 83% dos consumidores preferem pagar suas compras online em dinheiro, na hora de receber o produto. O chamado Cash on Delivery responde por 72% dos pedidos online nas grandes cidades indianas, o que não impediu o Flipkart, maior e-commerce local, de ter sido avaliado pelo Walmart em US$ 21 bilhões. O potencial do Cash on Delivery é o que levou a Deloitte a projetar que o e-commerce indiano movimente US$ 1 trilhão em 2020, contra apenas US$ 13,6 bilhões em 2014. Por que você deveria, aqui no Brasil, olhar para o Cash on Delivery como uma alternativa de pagamento para suas compras online?
A oportunidade de se relacionar com 60 milhões de consumidores que hoje ficam excluídos do varejo online é grande demais para se deixar passar.
É um público ignorado pelos bancos, mas que nos próximos anos irá se habituar a usar carteiras digitais e meios de pagamento P2P em seus smartphones. Ao já construir um relacionamento com esse público, sua marca pode acelerar seu crescimento de mercado.
Como o pagamento não é feito na hora da compra, e sim no recebimento do pedido, existe uma possibilidade maior de compras por impulso, aumentando o tíquete médio das compras.
Especialmente entre a população que nunca comprou online, existe o receio de pagar e não receber o produto. O Cash on Delivery resolve essa questão
Entre a população desbancarizada, o uso de dinheiro é natural. A compra online não representa, nesse caso, um choque cultural.
O consumidor pode fazer sua compra e pagar depois, quando receber em casa o produto. Especialmente para compras de poucos volumes e baixo valor médio, como o caso de medicamentos, esse é um fator muito relevante.
Embora existam riscos nessa modalidade, especialmente de alocação do estoque para compras que não sejam finalizadas, não existem custos associados ao uso de sistemas antifraude ou gateways de pagamento. A expertise do varejo em entregas online em regiões de risco pode ser usada para mitigar riscos de não-pagamento no Cash on Delivery.
Com todos esses fatores, está na hora de avaliar a possibilidade de adotar uma nova forma de pagamento e, com isso, alcançar milhões de novos clientes, alavancar suas vendas e construir relacionamento com um novo perfil de consumidores.