O ano de 2018 foi bastante positivo para o e-commerce brasileiro, que novamente teve um desempenho muito superior ao do varejo como um todo. Na plataforma VTEX, por exemplo, as vendas de Natal tiveram um crescimento de 70,5% em volume e de 55,4% em número de transações, depois de uma Black Friday também de resultados muito positivos. Em todo o mundo, o varejo vive um processo de fortes transformações, trazidas principalmente pela digitalização dos negócios e pelos desafios da vida nas grandes cidades. As empresas que têm navegado bem por esse momento de mudanças são aquelas que estão investindo em três frentes:
Convergência de canais: o varejo está integrando online e offline, reconhecendo que os consumidores não querem atrito nessa transição da loja para o site/mobile/app e vice-versa. Com isso, aumentam os investimentos em tecnologia, digital, logística e supply chain. Lojas cada vez mais personalizadas: ficou no passado o “one size fits all”. Quanto mais o ponto de venda físico for personalizado às necessidades específicas dos consumidores da região, melhores os resultados. Como consequência, o cenário do varejo está cada vez mais diversificado, criando experiências que os clientes valorizam. Novos ambientes de varejo: a criação de novos modelos de negócios e o crescimento das startups com soluções para o setor criam um cenário mais vibrante. Experimentar, inovar e descobrir novos caminhos exige um investimento cada vez menor.
Com tudo isso, o que é possível esperar para o e-commerce neste ano de 2019? Esteja atento a esses 7 fatores:
O varejo cross border tem sido, até agora, uma grande ameaça para as empresas brasileiras. Em 2017, cerca de 20% da movimentação do e-commerce brasileiro foi de compras em sites estrangeiros. Que tal olhar para esse assunto como uma oportunidade e buscar caminhos para internacionalizar seu negócio? As vantagens são muitas: possibilidade de obter margens maiores, acesso a mercados dezenas de vezes mais robustos que o brasileiro, isenções tributárias, percepção de exclusividade para os produtos e diluição de riscos, entre outras.
O desenvolvimento dos marketplaces foi um dos grandes destaques do e-commerce brasileiro em 2018, e nada indica que esse movimento irá desacelerar. Bem pelo contrário: a alavancagem de pequenas e médias operações de varejo, que permitem aos marketplaces ampliar a venda de itens de cauda longa sem carregar seus estoques, é um fator que, por si só, estimula mais investimentos nessa área. O desenvolvimento de uma nova geração de marketplaces faz com que esse modelo de negócios continue a ganhar relevância no varejo online brasileiro.
Conveniência é um aspecto cada vez mais importante na decisão de compra dos clientes. Ao mesmo tempo, o “fator surpresa” continua sendo um gatilho importante de consumo. Por isso, há um mercado crescente para quem oferece curadoria na escolha de produtos, fazendo com que o cliente não precise tomar decisões de compra em uma série de categorias, de vinhos a alimentos, passando por cosméticos, livros e higiene. Especialmente em itens de uso contínuo e tíquete médio baixo, a assinatura é uma forma de diminuir a complexidade do cotidiano.
A compra por meio de dispositivos de voz é uma tendência crescente no mercado americano, embora os consumidores ainda estejam nos primeiros estágios de uso da tecnologia: somente 2% dos usuários do Amazon Echo usaram o recurso para comprar produtos e 10% desses repetiram a compra. Pelo potencial disruptivo que o voice commerce tem sobre o e-commerce tradicional, vale a pena ficar atento aos próximos capítulos dessa história.
O recurso de prateleira infinita, que permite à loja física usar o estoque do e-commerce, ganhará espaço no varejo em 2019. As vantagens são grandes demais para ignorar: redução do abandono de carrinho, criação de um novo ponto de contato do cliente com a marca, possibilidade de gerar recorrência de visitas por meio do “clique e retire”.
Esse é um caminho interessante para testar produtos em novos mercados, especialmente quando os dados do e-commerce já sinalizam a existência de uma base de clientes na região. A abertura de lojas físicas pop up sem estoque, com produtos entregues para os clientes a partir da estrutura do e-commerce, reduz os riscos de carregamento de estoque e permite “medir o pulso” de micromercados antes de realizar investimentos maiores.
Especialmente em categorias como supermercados e farmácias, serviços de entrega expressa são essenciais para garantir a qualidade do atendimento ao consumidor. Realizar o delivery em questão de minutos, porém, demanda um novo paradigma logístico, descentralizando a distribuição para lojas físicas ou hubs em regiões estratégicas próximas aos clientes. Parcerias com empresas de entregas expressas passam a ser a nova realidade nesse modelo de distribuição, garantindo capilaridade e agilidade.
O e-commerce brasileiro certamente terá um 2019 de forte crescimento. Algumas tendências se consolidarão e outras continuarão a amadurecer, abrindo caminho para novas oportunidades de inovação. Esteja atento, seja ágil para aproveitar as chances que o mercado oferecer e acelere sua expansão.