Estamos de volta com mais um episódio de nossa série de conteúdo Women in Leadership, na qual celebramos as lideranças femininas que marcaram a trajetória da VTEX. Hoje, em especial, no Dia Internacional da Mulher, estamos honrados em saber mais sobre a Daniela Jurado Jabba, nossa mais nova EMEA General Manager.
Daniela nasceu e foi criada na Colômbia. Sempre à procura de conhecimento, cursou a Universidad Externado de Colombia e se formou em Relações Internacionais, com louvor, após obter a maior média acadêmica de toda a turma. A partir de então, ocupou vários cargos relacionados a negócios e, em 2015, ela entrou para a VTEX. O que veio depois é a definição de ascensão.
Olá, Daniela! Para começarmos, por favor, conte-nos mais sobre sua área atual e suas responsabilidades na VTEX.
Daniela: Olá! Em poucas palavras, como General Manager, eu lidero três áreas distintas na EMEA. A primeira é a de Sales, que é responsável por gerar crescimento. A segunda é a de CX, Customer Experience, que tem como objetivos manter nossos clientes atuais satisfeitos e aumentar a receita por cliente através do que chamamos de same-store sales, além de evitar ao máximo o churn.
A terceira área é a que chamamos de Growth Engineering. É a área mais técnica e também a que eu tenho menos experiência. Enquanto a de Sales é minha zona de conforto, a de Produto é mais desafiadora, pois não tenho formação técnica. Porém, eu adoro aprender com a prática e também tenho as pessoas certas para me ajudar com isto, o que eu diria ser um dos maiores desafios de ser um gerente!
E você certamente já conseguiu fazer muito! Quais são os marcos que você considera mais importantes de sua carreira até agora?
Daniela: A primeira coisa que vem à mente é ter me tornado mãe ao mesmo tempo em que foi promovida na VTEX. Foi um marco tanto pessoal quanto profissional.
Em geral, crescer rapidamente junto com a VTEX tem sido uma oportunidade incrível, pela qual preciso agradecer ao Mariano, Fundador e Co-CEO da VTEX. Primeiro fui Partner Program Manager localmente, depois globalmente; em seguida, mudei para o cargo de Sales Director e, logo depois, confiaram em mim para abrir um novo mercado na Itália, sem sequer falar o idioma. Agora, ter a EMEA sob meu comando, que conta com mais de 10 países, é outro marco.
Também tenho muito orgulho de minhas realizações acadêmicas. Durante cada um dos meus oito semestres na universidade, consegui alcançar a maior média de notas de toda a turma. Por isso, recebi bolsas de estudo, o que ajudou muito meus pais e, em retrospectiva, meu crescimento profissional.
Falando de pessoas importantes para você, você tem exemplos?
Daniela: Odeio dar respostas “triviais”, mas meus exemplos são minha mãe e minha irmã, cada uma por diferentes razões. Minha mãe, por exemplo, é extremamente altruísta e sempre coloca a família em primeiro lugar. Minha irmã, por outro lado, é uma profissional fantástica que também cuida dos seus dois filhos, o que é uma combinação incrível do meu ponto de vista.
No lado profissional, admiro a Marissa Mayer. Eu me identifico com ela porque ela também se mudou para a Yahoo! como CEO quando estava grávida e estava sempre tentando encontrar o equilíbrio entre ser mãe e CEO da melhor forma que podia.
Quais são as maiores lições que você adquiriu como uma gestora?
Daniela: Aprendi que é impossível que todos gostem de você. Como gestoras, é isso o que normalmente pretendemos, mas nosso trabalho inclui tarefas difíceis, como pressionar as pessoas, dizer-lhes que não estão fazendo algo bem o bastante etc. Demorei algum tempo para entender que fazer a parte difícil, quando a situação exige, é parte de ser uma boa líder.
Uma segunda lição seria a de encorajar as pessoas. É preciso dar-lhes a liberdade de tentar, de experimentar coisas novas e de cometer erros. Claro que se você vir uma pessoa cometer o mesmo erro várias vezes, você precisará intervir, o que remete ao meu ponto anterior – as pessoas não vão gostar que você faça isso, mas será necessário.
O terceiro aprendizado talvez seja básico, mas você tem que liderar dando o exemplo. Já ouvi dizer que o chefe é o que menos trabalha, porque só precisa delegar, mas para mim é exatamente o oposto. Se eu quero que outros trabalhem, tenho que trabalhar mais do que eles. Se eu quero que os outros sejam pró-ativos, tenho que ser a mais pró-ativa.
Esses são excelentes aprendizados! E quando você avalia seu papel de líder na VTEX, do que você mais se orgulha?
Daniela: Tenho orgulho de confiar na minha intuição. Depois de ter entrado na VTEX, por exemplo, recebi uma oferta incrível para me juntar a uma empresa multinacional bastante conhecida. Naquela época, a VTEX não se comparava em magnitude, então todos à minha volta me disseram para aceitar. Mas eu escolhi ficar na VTEX e agora estou onde estou, uma decisão pela qual sou grata.
Em seguida, eu diria, sem dúvida, minha jornada na Itália. Quando fui convidada, pela primeira vez, para ser Country Manager, eu estava no Brasil, recém-casada, sem saber italiano. Eu não tinha isso em meu roadmap, mas mesmo assim eu aceitei. Olhar para trás e ver até onde levamos a empresa, em apenas três anos, me deixa extremamente orgulhosa.
Você, com certeza, deve estar orgulhosa! Você tem sido uma verdadeira Mulher Maravilha! Como você harmoniza sua vida profissional e pessoal diariamente, já que você também é uma mãe jovem?
Daniela: Não acredito que haja uma receita secreta para equilibrar trabalho e família. Ainda estou tentando encontrar o ponto ideal, mas posso dizer que estou muito melhor do que costumava ser.
Quando você se torna mãe, você começa a perceber que existem outras prioridades na vida – e não é que o trabalho não seja mais uma prioridade, porque sempre será, mas agora há algo que você precisa colocar acima dele.
Diariamente, tento limitar meu horário de trabalho. Tento terminar o trabalho entre sete e oito horas e depois apenas dedicar um tempo com a família, com meu telefone longe de mim. Acho que a qualidade também importa. Às vezes podemos passar horas com alguém sem estar totalmente presente, mas não é isso que eu quero; quero estar 100% presente no tempo que tiver disponível.
Outro limite é o de não trabalhar no final de semana. Se houver uma emergência de cliente, nunca direi não a uma ligação, mas se for algo que possa esperar até segunda-feira, pedirei a eles que esperem. Além disso, quando preciso viajar, prefiro acordar muito cedo para pegar um avião, em vez de passar uma noite no hotel longe da minha família.
Resumindo, preciso proteger o tempo sagrado que tenho não só com meu filho, mas também com meu marido, porque se você não estiver bem pessoalmente, isso sem dúvida, refletirá em sua vida profissional. Você precisa ser feliz na sua vida pessoal para poder ter um bom desempenho profissional, e vice-versa.
Você já se lançou no desconhecido e se surpreendeu positivamente?
Daniela: Em geral, minha história na VTEX tem sido me lançar sem saber o que vai acontecer a seguir. Por exemplo, assumindo o comando na Itália e na Europa Ocidental, ou receber uma equipe que eu não escolhi, o que é sempre difícil para ambos os lados.
Assumir o cargo de General Manager da EMEA também se encaixa perfeitamente nesse pacote, pois trabalho com muitas regiões diferentes que são completamente novas para mim, como a África e o Oriente Médio.
O que você acredita ser algo não negociável em seu estilo de liderança, e que nem todos concordam?
Daniela: Caramba, essa é difícil! Mas provavelmente o fato de que, às vezes, eu me meto com algumas coisas quando considero necessário. Algumas pessoas chamam isso de microgestão, mas eu chamo isso de “ter certeza de que tudo está bem encaminhado”.
Comunicação também. Muitas vezes, o problema não é que você não pode resolver algo, mas que você cria falsas expectativas. Se você promete entregar algo até amanhã, você precisa fazê-lo até amanhã, quer você esteja confiando em outra pessoa ou não. Não podemos criar dependências como desculpas para não entregar nossos melhores resultados e manter nossos valores.
Isso faz todo o sentido. Algum outro conselho para mulheres que estão prestes a assumir cargos de liderança?
Daniela: Eu aprendi que as pessoas levam tempo para te admirar e respeitar, e que você tem que lhes dar esse tempo. As mulheres em cargos de liderança não podem ficar na defensiva em relação a isso. Em vez disso, você precisa dar a todos a oportunidade de começar a confiar em você. Dessa forma, você é capaz de se posicionar como líder pela admiração e não pela imposição.
Meu segundo conselho é: corra risco! Normalmente, somos nós que criamos barreiras em nossas próprias jornadas, pois nos subestimamos só porque não cumprimos 100% das exigências. Quer saber de uma coisa? Provavelmente ninguém consegue, então corra o risco!
Muita gente te admira, portanto você acertou! Dito isto, muito obrigado por compartilhar tudo conosco, foi maravilhoso conhecê-la.
Daniela: O prazer foi meu!
Fiquem ligados para histórias ainda mais inspiradoras das nossas líderes mulheres.