Disclaimer: este material foi desenvolvido a partir do conteúdo apresentado pela(s) marca(s) citada(s) durante o VTEX DAY 2022 (vtexday.vtex.com).
Em diferentes modelos de negócios e segmentos existe uma intensa busca pela contratação de profissionais técnicos na área de desenvolvimento. Essa busca se torna ainda mais desafiadora quando falamos do crescimento exponencial que algumas empresas estão vivenciando no mercado.
É o caso, por exemplo, de grandes companhias como o Nubank e a OLX. Neste cenário, observa-se que o time de tecnologia parou de ser um suporte e passou a ser um time que está junto com o negócio para ajudá-lo a, de fato, crescer.
Quando falamos sobre o futuro das operações de varejo, uma das maiores dificuldades que o Nubank e OLX possuem hoje no mercado brasileiro é: como escalar o time de tecnologia, de forma sustentável e garantindo a alta performance sem triplicar os custos?
Livia Chanes, VP de Produto na Nubank, explica que é preciso desmistificar o papel do líder super-herói que tem a resposta para tudo. “Nem sempre o líder está na sua melhor versão para liderar todos os dias”. Ter consciência disso é um dos caminhos para uma liderança transparente. A profissional dá algumas dicas de como contornar situações com a equipe, sem perder a produtividade em dias assim.
“O principal desafio de estar em uma posição de liderança e em um time grande onde isso é exponencialmente mais importante, é que todo mundo está sempre olhando o que você está fazendo, pro bem e pro mal. O líder tem a capacidade de mudar o dia daquela pessoa, e isto é muito intenso. É preciso ter um trabalho anterior de autoconhecimento e entender os dias que estamos bem ou mal, os temas que nos deixam mais irritados e etc. É importante gerenciar isso ativamente, porque o líder não tem o direito de estar mal. É preciso aquele famoso respirar fundo, porque no momento em que entramos em uma reunião com o nosso time, precisamos estar sempre na melhor versão que podemos ser de nós mesmos, no ponto de vista de concentração, generosidade e paciência.”
Livia Chanes, VP de Produto na Nubank.
Livia explica também que todo o investimento que um líder faz nas pessoas, nos laços e espaços de confiança são necessários para que as pessoas possam propor, errar, serem honestos e autênticos e, que este investimento traz um retorno incontável para o time e a organização. “Para quem trabalha com tecnologia, com produto, não criar esses espaços e essa relação de confiança, torna o líder alheio de tudo que está acontecendo”.
Ao criar esses “espaços de confiança”, o time sai do reativo e toma uma postura mais proativa. Como a profissional diz “jogando no seguro” ninguém arrisca e faz nada de diferente. Por isso, é preciso ter sensibilidade para entender as mudanças que precisam ser realizadas na estrutura do time.
“O time que não tem ousadia, não vai a lugar nenhum. E você como líder precisa permitir e dar o exemplo para que o time ouse mais, arrisque mais e faça uma solução técnica diferente. Não existe ganho desproporcional se não existe incerteza envolvida. Não tem como criar empresas exponenciais, com valuation enorme, sem risco. Se a equipe não estiver errando nunca, significa que também não estamos acertando nunca. É preciso empurrar o time para pensar diferente, para a transformação que a tecnologia vem trazendo para o mundo”.
Livia Chanes, VP de Produto na Nubank.
Dificilmente um líder sênior vai receber feedbacks diretos com o time, e quando acontece de ter feedbacks construtivos, que apontam pontos de melhoria, é um presente para um líder. Por isso a importância de estar presente nas reuniões e ter essa consciência, generosidade, com um tratamento mais humanizado para entender que nunca é para o líder, e sim para o time.
A pandemia desmistificou e democratizou o trabalho remoto, trazendo facilidade e permitindo que o mundo esteja mais distribuído. A VP de Engenharia da OLX Brasil, Isela Macía explica que neste contexto, a base de tudo é a confiança.
“No mundo remoto, as reuniões são facilitadas e tudo está bem distribuído e acontecendo ao mesmo tempo. Você não vai conseguir dar conta de participar de todas as discussões ao mesmo tempo. É preciso empoderar as pessoas com o senso de responsabilidade e comprometimento”.
Isela Macía, VP de Engenharia da OLX Brasil.
Sabemos que no trabalho remoto o time fica mais distante, mas frio. E neste sentido, os feedbacks são partes importantes do processo. Como líder, é preciso se aproximar do time. Segundo Isela, a parte mais importante da agenda são as conversas com o time. Por isso, é preciso reconstruir esta agenda e não deixar esse canal aberto apenas com a equipe, com as pessoas diretamente lideradas, mas também fazer 1:1 com os CEOs das empresa, estagiários etc.
O maior desafio das empresas que estão em fase de crescimento é conseguir equilibrar, ao longo da jornada de crescimento dos times, o senso de engajamento e paixão que normalmente só acontecem quando os times são pequenos e existe um espírito de fundação de dono x conseguir criar processos e transformar em uma organização que escala.
Há casos que a própria configuração dos times, às vezes precisa mudar. Tem pessoas que lidam melhor em ambientes de times menores, que tem tudo sob controle e mais influência nas decisões. E há pessoas que performam melhor em estruturas de times maiores, para estabelecer processos, liderar em times maiores etc. Cabe ao líder colocar as pessoas certas nos lugares certos e mover as pessoas à medida que a organização muda.
“Não é possível querer mudar as pessoas, assim você vai perdê-las. Hoje os profissionais escolhem onde querem trabalhar. Ter esta habilidade para criar espaços diferentes para que as pessoas possam fazer o que elas realmente são apaixonadas e tirar o melhor delas, é sucesso.”
Livia Chanes, VP de Produto na Nubank.
Um time não é uma soma de indivíduos e sim como eles se relacionam, como criam conexões. Não existe alta performance sem diversidade. Além disso, ao incentivar a diversidade, você incentiva também os conflitos saudáveis, capazes de trazer diferentes perspectivas para a mesa.
Com a pandemia, muitos negócios tiveram a necessidade de virar a chave para 100% remoto e essa forma de trabalhar trouxe muitos benefícios, principalmente quando o assunto é contratação de pessoal em diferentes lugares do Brasil e do mundo.
“Hoje, por exemplo, na OLX Brasil, 40% das posições de liderança C-leval são mulheres e 30% das engenheiras são mulheres, Além disso, temos colaboradores de mais de 200 cidades e assim, saímos total do eixo Rio e São Paulo. Teria sido possível esta escala em tão pouco tempo sem o trabalho remoto? Talvez não.”
Isela Macía – VP de engenharia da OLX Brasil.