Em recente estudo lançado, a Forbes atestou que plataformas de software como serviço (SaaS) continuam a crescer a taxas superiores a 50% ao ano, amparada pela maior aceitação em empresas de diferentes tamanhos e segmentos de mercado. Para clarear as diferenças entre os modelos Software como serviço, Código aberto (open source) e On-Premises, relacionamos características e tendências de acordo com estudos da Gartner, maior instituto de pesquisa de tecnologia do mundo.


Software como serviço para ecommerce


O modelo de software como serviço (SaaS) se divide em dois grandes tipos no mundo de ecommerce: os Single Tenant e os Multitenant.


Single Tenant:


Esse modelo é conhecido como uma primeira versão utilizada pelo modelo de software como serviço. Nesse caso, o formecedor é responsável pela infraestrutura de servidores e cobra uma mensalidade por esse serviço e pelo suporte técnico.


Para o lojista, esse modelo já é um grande avanço, pois a responsabilidade dos servidores fica com o fornecedor, que por sua vez possui conhecimento suficiente para a prestação desse tipo serviços em alta qualidade.


O principal ponto é que, nesse modelo, o fornecedor possui para cada cliente um código fonte diferente. Portanto, se ele tem 100 clientes, ele terá 100 códigos diferentes.


Com o crescimento do número de clientes de ecommerce, esse modelo começa a demonstrar problemas, principalmente na escala e na velocidade de atualizações. É normal encontrarmos fornecedores nesse modelo que atualizam a plataforma poucas vezes, por exemplo, 1 vez por mês ou 1 vez a cada 15 dias.


Multitenant:


Esse modelo é considerado a segunda geração do software como serviço. Hoje, as empresas de maior sucesso, como Google, Facebook, Netflix, VTEX, Spotify entre outras o utilizam. Nele, não interessa a quantidade de lojas de ecommerce, a empresa possui apenas um código para todos os clientes.


Os benefícios desse modelo são enormes, pois agora os esforços são concentrados em apenas um software e em uma infraestrutura em vez de ser diluído em diferentes sistemas, um para cada loja de ecommerce.


Fornecedores desse modelo costumam ter sua velocidade de atualização centenas de vezes superior ao modelo anterior. É comum vermos dezenas de atualizações diárias nesse modelo.


Em ambos os modelos, toda a ferramenta é configurada e parametrizada via painel administrativo. Também é possível customizar a ferramenta por meio de módulos de CMS e WEB API, que permitem que a empresa ainda tenha capacidade de desenvolvimento para personolizar a ferramenta conforme sua estratégia.


Para o Gartner, as principais vantagens da plataforma de ecommerce SaaS são a velocidade da implementação e a baixa dependência de TI – comparada a modelos On-Premises.


Código Aberto ou Open Source


As plataformas de código aberto ou open source para ecommerce estão disponíveis em, pelo menos, uma versão gratuita. Entretanto, outros custos podem ser cobrados dependendo do grau de customização inicial e instalação da plataforma.


Neste modelo, ao fazer o download do código gratuito, a empresa deverá contratar um implementador para a instalação, já que o sistema vem apenas com funções básicas e requer customização para atender minimamente uma operação online. Apesar do benefício da gratuidade do software, há a necessidade de suporte para ajustes na infraestrutura para a instalação do sistema.


Muitas vezes, é possível utilizar a comunidade de desenvolvedores da plataforma. Algumas delas, como o Magento, bastante difundido no ecommerce do Brasil, possui uma vasta comunidade de desenvolvedores e também de aplicativos que podem ser utilizados. No entanto, o lojista sempre precisará ter o conhecimento técnico ou trabalhar com uma empresa desenvolvedora.


Esse modelo é altamente utilizado para pequenas operações, mas vem sendo descartado por grandes e médias empresas por falta de confiança no suporte de transações de alto volume. Segundo a própria Gartner, a principal dúvida paira sobre a capacidade desse modelo em ser escalável, seguro e robusto suficiente para operações de larga escala.


Além disso, quando uma loja começa a crescer, o sistema de código aberto se torna mais complexo, assim como a infraestrutura de servidores. Portanto, é muito comum vermos lojas investirem muito tempo e dinheiro, quase se transformando em uma empresa de tecnologia para que o sistema acompanhe o crescimento da loja.


On-Premises


É o modelo tradicional de compra de licença de software, suporte e manutenção. Ele é altamente utilizado pelas grandes empresas de software no mundo e, mesmo apresentando um crescimento menor comparando com o modelo software como serviço, ainda é o modelo mais utilizado.


Nesse modelo, a empresa fica totalmente responsável pela infraestrutura, servidores, equipe de T.I., desenvolvimento, correções, entre outros pontos, tornando a operação cara. Segundo a Forrester, esses custos são entre 7% a 9% do faturamento do canal online.


Para minimizar algumas responsabilidades e custos das empresas compradoras, alguns fornecedores ofertam, também, a infraestrutura mediante a pagamento de uma mensalidade.


Vale mencionar que os hosts que atendem melhor os softwares On-Premises são pagos em dólar, o que torna a operação dependente da variação cambial. Adicionalmente, segundo a Forrester, esse modelo tecnológico permite somente, em média, uma atualização ao ano.


Veja abaixo uma tabela comparativa sobre os três modelos analisados.