Por definição, um marketplace é um tipo de e-commerce em que um grupo de pessoas se reúne para comprar e vender um grande volume de bens e serviços. O mundo do comércio digital experimentou um grande avanço ao modernizar a definição de marketplace depois que a adoção em massa ocorreu no final dos anos 90. Neste momento, compradores e vendedores mudaram da loja física para seus próprios PCs. Gigantes como Amazon e eBay foram os pioneiros do que é considerado agora os marketplaces 2.0.
Ao longo deste texto, vamos destacar um pouco dessas plataformas, dados e fatos que mostram o cenário atual deste segmento, seus problemas e o que podemos esperar para o futuro dos marketplaces. Acompanhe!
Nem a presença física e nem o horário de funcionamento são uma limitação para milhões de pessoas que navegam e compram itens online. Apesar de proporcionar aos compradores uma experiência de compra excepcionalmente conveniente e sem esforço, as compras online criaram várias questões que entram em jogo às vezes, como vendedores e clientes desonestos que recebem pouca qualidade ou até mesmo itens danificados.
Os marketplaces se comportam como intermediários entre o comprador e o vendedor para lidar com pagamentos, resolver pendências entre eles e fornecer frete diretamente ao cliente final. Esse modelo de negócios centralizado provou ser altamente eficiente, e tanto a Amazon quanto o eBay permanecem entre os mais estabelecidos, confiáveis e poderosos negócios de comércio eletrônico.
O enorme poder dessas empresas vem como resultado da alavancagem de pequenas e médias lojas online, que pagam uma infinidade de taxas por serviços como promoção e exibição de produtos na loja, pagamento, disputas no buy box e marketing. Os vendedores, às vezes, acabam pagando até 30% de GMV para os marketplaces. Tanto os vendedores quanto os compradores acabam sendo afetados em termos de preço.
Sem mencionar a transparência de dados, que também é uma grande preocupação entre compradores e vendedores de corporações gigantes. Os consumidores geralmente têm pouco controle sobre seus próprios dados. As tecnologias baseadas no Blockchain, por meio de processos descentralizados, podem desempenhar um papel fundamental na próxima geração de marketplaces e compras online.
Fornecedores e compradores podem se beneficiar enormemente do desenvolvimento de grandes e escaláveis sistemas de mercado. O objetivo é trazer mais transparência ao longo de toda a jornada de compra, com taxas muito baixas, que permitem que todas as partes desfrutem das funções de marketplaces centralizados.
De acordo com a Forrester, a região Ásia-Pacífico terá o maior crescimento em termos de vendas online. O e-commerce cross-border ultrapassará o crescimento interno, com uma taxa de crescimento anual de 17% entre 2017 e 2022, em comparação com 12% para o e-commerce B2C global.
De fato, os compradores continuam a olhar além das lojas online locais para oferecer melhores ofertas e seleção de produtos. Logística aprimorada, entrega mais rápida e uma ampla gama de opções de pagamento atraem consumidores de todo o mundo para comprar mercadorias de fornecedores no exterior. De acordo com o Relatório de Comércio Conectado da Nielsen, 57% dos compradores online fizeram uma compra na internet de varejistas no exterior nos últimos seis meses.
Claro, vender em todo o mundo traz muitos desafios para os fornecedores, especialmente quando se fala em pequenos e médios sellers. Uma das principais preocupações dos compradores estrangeiros é confiar nos fornecedores no exterior. Avaliações e pesquisas sobre empresas geralmente são feitas pelos consumidores antes de tomar qualquer decisão de compra. Além da confiança, poderíamos identificar barreiras linguísticas, câmbio e marketing local como obstáculos importantes quando se procura comprar no exterior.
Devemos enfatizar a oportunidade de as lojas usarem marketplaces de outros países para expandir suas operações e, assim, ajudar nesse crescimento do e-commerce transfronteiriço.
Na maioria das vezes, as pequenas e médias empresas encontram nos marketplaces a maneira mais fácil de começar a vender no mercado de comércio eletrônico. A ampla variedade de instalações, as listas de produtos compatíveis com o marketing, as grandes audiência, as opções seguras de processamento de pagamentos e os aspectos de atendimento ao cliente são alguns dos serviços oferecidos pelos grandes players, o que os torna muito atraentes para os fornecedores.
Quando um novo seller internacional deseja expandir seu alcance global, muitas vezes, vê a Amazon ou até mesmo o eBay como as primeiras e, às vezes, únicas escolhas. Considere a China, por exemplo. Em 2016, o número de vendedores no marketplace da Amazon no gigante asiático cresceu 1300 vezes. Um terço de todas as novas contas de sellers que foram abertas em 2017 eram da China e os vendedores chineses contribuem com 25% de todas as vendas da Amazon.
Muitas vezes, a credibilidade da marca é um elemento-chave que posiciona os marketplaces entre as melhores opções de onde começar. Ao mesmo tempo, isso vem com um preço oculto de pagar taxas mais altas, o que poderia variar de 20% a 30%, para trabalhar com esses grandes players.
Grandes marketplaces têm acesso irrestrito a todas as atividades de compras que acontecem em seus sites. Eles coletam e analisam os dados de comportamento de compras para obter informações sobre o perfil de cada cliente e promover melhor os itens, aumentando as vendas.
Os marketplaces geralmente não permitem que os fornecedores em seus ecossistemas tenham acesso à mesma quantidade de dados que possuem (por diversos motivos). Assim, os sellers são continuamente incapazes de ter uma compreensão clara de como os consumidores reagem às suas páginas de produto. Ocasionalmente, os marketplaces usarão seu acesso ilimitado aos dados em seu benefício, o que lhes permite identificar quais itens são populares e depois vender esses produtos a preços muito mais baixos para competir com os vendedores existentes.
A Amazon possui uma enorme quantidade de dados, como listas de endereços de e-mail de clientes e históricos de navegação que seus sellers estão proibidos de acessar. Embora essa prática, em última instância, beneficie o marketplace, a transparência perdida do uso de dados e a manipulação de dados afetam negativamente tanto os compradores quanto os fornecedores. Ao reter essas listas, a Amazon e o eBay obtêm uma vantagem competitiva e limitam a capacidade do seller de ter um relacionamento mais próximo com os clientes.
Como varejista, você pode criar uma loja online com um belo design UI/UX e vender produtos de qualidade. Mesmo assim, os clientes em potencial ainda terão receio de fazer compras com você porque você não tem uma reputação bem estabelecida.
Os incidentes crescentes de golpes de phishing e customer service de baixa qualidade tornam os consumidores mais cautelosos com a compra online do que nunca. É extremamente importante que uma empresa demonstre sua confiabilidade aos clientes assim que os compradores chegarem ao site do varejista.
Para alcançar a confiabilidade ideal, algumas lojas precisariam primeiro investir muito do seu orçamento em publicidade para atrair seu primeiro grupo de clientes, com a intenção desse público deixar um feedback positivo sobre a loja para os futuros clientes verem.
Outras estratégias incluem a compra de anúncios sociais para expandir a exposição de sua marca. Com um resultado positivo, esse método permite que os clientes em potencial vejam a experiência que outros tiveram com a marca. Ao mesmo tempo, no entanto, esse caminho pode resultar na perda de dinheiro e pode levar meses ou até anos para que a confiança seja estabelecida pela Internet. Nesse ponto, resta saber se a marca ainda teria relevância.
Por essas razões, a integração a um marketplace com uma reputação e imagem já consolidadas acaba sendo um caminho mais cômodo e potencialmente lucrativo para novos e pequenos sellers.
Os problemas existentes descritos anteriormente podem ser rastreados até a lógica central de negócios dos mercados tradicionais de e-commerce. A internet tradicional não pode suportar a transmissão de valores em tempo real nem os contratos irrevogáveis, o que torna os intermediários uma parte inevitável da transição.
A natureza de busca de lucros das empresas intermediárias faz do lucro o objetivo principal, em vez de proporcionar um ambiente de negociação realmente eficiente e justo. Usar a tecnologia blockchain para realizar a verdadeira descentralização do mercado de e-commerce é a única maneira de resolver esses problemas fundamentalmente.
Esses fatos podem nos trazer alguma evolução na forma como negociamos globalmente e fazemos e-commerce. Portanto, podemos muito bem estar experimentando a próxima geração de marketplaces, ainda mais cedo do que o esperado, no futuro próximo.