Falar em meios de pagamento no e-commerce hoje significa falar, principalmente, de cartões de crédito. Segundo o Atlas E-Commerce Radar, mais de 60% das transações online são pagas por esse meio, seguidas por boleto (34,5%). Especialmente em segmentos com tíquete médio mais elevado, como o de materiais de construção e o de eletroeletrônicos, a predominância do cartão de crédito permite que os clientes parcelem suas compras e que o varejo seja mais agressivo nas promoções e nas negociações com diferentes gateways.
Embora praticamente 95% das transações sejam pagas com cartão de crédito ou boleto, isso não significa que o varejista online não possa olhar para outras possibilidades. O consumidor busca conveniência, praticidade e obter vantagens, especialmente em um cenário de crédito restrito e economia em crescimento lento. Por isso, vale a pena ficar de olho em diversos outros meios de pagamento:
O Brasil conta com 60 milhões de pessoas sem acesso a serviços financeiros ou a uma conta bancária. Um público imenso que não consegue ter um cartão de crédito e, por isso, participa muito menos do e-commerce do que poderia. Esse é um problema especialmente para o setor de materiais de construção, em que o tíquete médio é mais elevado. Uma alternativa muito forte na Índia (e com grande potencial no mercado brasileiro) é o cash on delivery, em que o pagamento é realizado em dinheiro na entrega dos produtos. Essa é uma opção que permite alcançar a população que vive na informalidade e estimula a fidelidade desse público.
Cartões pré-pagos e gift cards não são meios de pagamento novos, mas representam uma oportunidade interessante até mesmo para varejistas online. Nos Estados Unidos, esse é um mercado que movimentou US$ 160 bilhões em 2018 e não só oferece mais possibilidades de integração omnichannel (compre o cartão na loja e gaste online, por exemplo), como também é uma forma de alcançar a população desbancarizada e atrair novos consumidores. Frequentemente, quem compra com esses meios de pagamento acaba gastando um pouco mais que o valor do cartão, o que também é positivo para aumentar o tíquete médio do carrinho.
O uso de carteiras digitais e meios de pagamento incorporados aos celulares é uma tendência inevitável. Smartphones Apple, Samsung e Android já têm carteiras digitais embarcadas e permitem realizar pagamentos de forma rápida. No varejo brasileiro, esse é um mercado em expansão acelerada, especialmente nas lojas físicas. Abrir um app de pagamento para processar as compras também é uma forma de alcançar a população desbancarizada, ao mesmo tempo em que soluciona o problema da insegurança de quem não quer digitar seus dados.
Seja em caixas eletrônicos, no desbloqueio de telefones celulares ou mesmo para entrar na academia de ginástica preferida, usar as digitais como meio de identificação não é incomum. As bandeiras de cartões de crédito possuem sistemas de autenticação das digitais do usuário, que permitem a realização de pagamentos por meio do smartphone. Isso representa mais segurança para as compras online, menos risco de fraude e a simplificação do checkout. o próximo passo é o uso de reconhecimento facial, que segue o mesmo princípio das digitais e também já está disponível em boa parte dos celulares.
Buscar meios mais convenientes de pagamento é uma forma de reduzir o atrito das transações, diminuir a taxa de abandono dos carrinhos e aumentar o tíquete médio das compras dos clientes. Também representa uma oportunidade de encontrar novos públicos e reforçar o relacionamento com os consumidores. Cada ponto de contato com o cliente é uma chance de conquistá-lo. Até mesmo o meio de pagamento utilizado.