O crescimento do comércio digital influenciou significativamente o modo como o marketing atua em nosso dia a dia. Gerenciar um departamento voltado a esse serviço exige manter-se constantemente atualizado sobre estratégias para aumentar a produtividade. E um meio extremamente eficaz para alcançar esse objetivo é utilizar técnicas de storytelling para e-commerce.


Entretanto, nem todo mundo sabe exatamente do que se trata o storytelling, como funciona e como podemos aplicá-lo com sucesso no e-commerce. Pensando nisso, falaremos aqui sobre tudo o que você precisa saber sobre o assunto, incluindo casos de sucesso mundial. Confira!


1. O que é storytelling


A arte de contar histórias atravessa a trajetória da humanidade desde os tempos mais primórdios. Nosso caráter social faz com que criemos uma relação íntima com a prática de ouvir e transmitir histórias. Nos apegamos aos personagens (sejam eles reais ou fictícios), aumentamos nossa compreensão sobre o mundo e desenvolvemos nossas capacidades cognitivas, tudo por meio dessa prática tão comum para todos nós.


A empatia, ou capacidade de se colocar no lugar do outro, faz com que o ser humano seja rapidamente envolvido por uma narrativa, queira ele ou não. O uso de técnicas de storytelling teve papel fundamental em diversas sociedades, desde a transmissão da memória social e cultural de povos antigos até o estabelecimento de movimentos artísticos, como música, literatura e poesia.


Mas, afinal, o que o marketing tem a ver com isso?


Não compramos apenas coisas, mas sim histórias


Essa poderosa capacidade de atribuir valor a uma narrativa e envolver o interlocutor em seu desenrolar faz do storytelling um forte aliado para quem busca construir uma identificação entre as pessoas e sua marca. Estudos comportamentais mostram que o consumidor não quer apenas comprar um produto, mas estar envolvido em uma história.


Pessoas que não veem em si uma história interessante buscam, por meio de tudo que as rodeia, desenvolver essa identidade por intermédio de uma narrativa. Da mesma forma, consumidores que já se classificam como tendo uma identidade formada procuram se reafirmar na imagem dos produtos que consomem.


É importante ter em mente que, de uma forma ou de outra, uma história afeta todos aqueles a quem ela alcança. Por isso, assim como ela pode cativar o consumidor para que ele abrace uma certa narrativa, histórias ruins podem afastar pessoas que não se identificam com aquele discurso.


2. A importância e por que devo utilizar o storytelling


O amplo acesso do consumidor a diferentes marcas e opções de um mesmo produto faz com que o e-commerce seja um mercado bastante competitivo. Ao contrário do que acontecia há algumas décadas, quando o foco do marketing era limitado a alcançar o seu público-alvo, atualmente é preciso conectar seu produto a uma narrativa que faça-o se destacar nesse ambiente disputado.


O storytelling permite que essa conexão exista em seu formato mais eficiente: o emocional. Muito mais do que um ambiente virtual que seja interativo e fácil de utilizar, é preciso que o cliente seja cativado por uma determinada história. Esse pode ser um grande desafio, dependendo de qual o ramo de atuação de uma empresa.


E por que utilizar se pode ser algo difícil de desenvolver?


Para começar, é preciso dar uma olhada no mercado como um todo. Pense em algo que você compra ou compraria online. É fácil dizer que, imediatamente, virá à sua mente o e-commerce no qual você procuraria por ele. Isso prova que, principalmente no caso de vendas online, é preciso construir uma marca, não só um produto ou serviço.


O storytelling permite que uma empresa não só identifique quem é o consumidor de seus produtos, como também molda a experiência desse indivíduo desde antes da compra. Ele passa a diferenciar sua marca em relação às outras e até mesmo a promovê-la como imagem ou significado de uma história da qual faz parte.


A facilidade de acesso a um e-commerce é um grande benefício, mas causa também uma diminuição no contato humano durante o processo de compra. A ferramenta da qual estamos falando proporciona uma humanização da marca, do produto e do significado que eles carregam.


3. Onde e como aplicar o storytelling


Existem diversas páginas que o storytelling pode ser implementado. Aqui vão algumas delas:


Home page


Ao contrário do que muitos e-commerces fazem, é interessante fugir do design que bombardeia o cliente logo de cara com inúmeros produtos e informações. Se sua empresa busca oferecer um diferencial, é preciso que sua abordagem represente mais do que apenas uma prateleira ou vitrine. Desenvolva uma relação que considere as especificidades de seu cliente.


A página inicial de seu site é o ponto chave, aqui. Entrelace a história de seu produto à do consumidor, seja mostrando como era difícil adquirir o produto antes ou como ele é valorizado em certos círculos sociais, por exemplo. Busque inspirar o consumidor a participar da história que é contada, de modo que ele não só queira comprar o produto, como também deseje conhecer mais a respeito da marca.


Mas seja breve. Em geral, as pessoas leem parágrafos curtos e passam a saltar pelo texto, rapidamente. Por isso, um layout de sucesso é o que otimiza o espaço, chamando a atenção com imagens de alta resolução e um texto curto seguido da opção para ler mais.


Crie uma página “Sobre a empresa”


Utilize as oportunidades que tiver para inserir uma história. No espaço “Sobre a empresa”, você pode se aprofundar um pouco mais e envolver o consumidor em sua narrativa. Isso serve como um complemento para quem já foi inicialmente fisgado e pode se tornar um cliente fiel.


Lembre-se de unir essas estratégias a um layout de fácil acesso aos produtos. Afinal de contas, o mecanismo de compra deve ser simples e rápido.


Página de produto


Imagine que sua loja venda roupas onde a confecção é feita em comunidades carentes e que uma parte das vendas é destinado a instituições de caridade. A página de produto é o momento de você contar isso ao seu cliente.


Além da descrição do produto, crie “selos” que destacam exatamente essas duas ações, como por exemplo um selo “Compre e doe 5%”. O cliente precisa rapidamente entender a história que você quer transmitir.


4. Casos mundiais


Ações como a da Apple na década de 80, que incentivava uma geração que pensava diferente do senso comum, ou da Pepsi, com seu slogan Geração Pepsi, são amplamente conhecidas pelo sucesso estrondoso que causaram no mercado tradicional. Para ilustrar situações similares no ambiente de e-commerce, podemos começar pela Backcountry.


A marca foi criada por dois fãs de escalada dos anos 90. Sua campanha de marketing incentivava um espírito aventureiro; não só um produto, mas um estilo de vida. O uso da marca em seus vídeos é feito de forma magistral e cativa rapidamente os interessados nesse tipo de atividade.


Já imaginou construir uma narrativa para vender jeans? Parece difícil, certo? Não para a Hiut Denim. Sua campanha tinha como alicerce a reintegração de desempregados ao mercado de trabalho, um resultado de tempos ruins no setor de produção britânico. Ao comprar o produto, o consumidor estava, indiretamente, ajudando a causa. O sucesso foi gigantesco.


Por fim, destacamos o sucesso da Everlane. Um layout simples em preto e branco, ícones pequenos e três conceitos fortes: “Conheça suas fábricas. Conheça seus custos. Sempre pergunte por quê” foram os meios de dizer “oferecemos mais valor por um preço baixo”. Vale a pena conferir como essas marcas são construídas com uma identidade única que cativa o público-alvo rapidamente.


Analise de que forma o storytelling para e-commerce pode revolucionar o peso de sua marca e alcance objetivos cada vez maiores!


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